População de rua de São José faz ato com reivindicações à Prefeitura e por memória de lutas

No mesmo dia (24) em que servidores municipais faziam sua assembleia, a população em situação de rua – que se organiza e mobiliza a partir do Centro Pop de São José – realizou um ato em memória ao Massacre da Praça da Sé (SP) e com reivindicações para a Prefeitura e sociedade de São José.

Dia 19 de agosto é Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, data em que grupos de extermínio em São Paulo mataram impunemente pessoas em situação de rua que começavam a se mobilizar por direitos. Aqui em São José, onde assembleias semanais da população de rua têm acontecido para debate, organização e luta por direitos, a data foi utilizada para veicular importantes demandas locais.

Entre elas, estão a reabertura do abrigo Bom Samaritano, fechado pela gestão Adeliana Dal Pont sob o argumento de uma reforma, mas que nunca mais foi reaberto, empurrando mais e mais pessoas para a situação de rua. O povo da rua também exige o fim da violência policial e institucional recorrente por parte da Polícia Militar e Guarda Municipal. Por fim, a população de rua ressaltou a necessidade de oportunidades de moradia e emprego para buscar uma vida com dignidade.

O ato caminhou até a escadaria da Prefeitura, onde um teatro foi apresentado e uma carta de reivindicações foi entregue a representantes da Assistência Social, a quem foi pedido uma Audiência Pública sobre essas demandas.

Vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=OK0ar1gHf24
https://www.youtube.com/watch?v=Urnh-lOBaoo

Mais informações com o Mnpr/sc – Movimento Nacional População Rua – Santa Catarina

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Estudantes de Ciências da Religião (USJ) paralisam atividades contra o fechamento do curso

Confira o relato da mobilização de estudantes do curso de Licenciatura em Ciências da Religião da USJ:

Ao lado de professores e coordenação, nós, os alunos do curso temos assistido a uma sucessão de ações que claramente intencionam encerrar suas atividades. Parece-nos também, que esse foi apenas o primeiro curso escolhido, porque a magnitude do discurso empregado nos leva a crer que a educação superior municipal (um grande avanço estrutural na educação pública) encontra-se seriamente ameaçada no município de São José.

O PPP (Planejamento Político Pedagógico) da Licenciatura em Ciências da Religião da USJ determina a formação de um sujeito, com autonomia em relação às instituições religiosas, capaz de:

  1. Compreender o fenômeno religioso enquanto expressão humana, cultural e histórica;

  2. Exercer a docência no ensino religioso, previsto na educação básica brasileira, de modo a contemplar a diversidade religiosa, bem como abordar pedagogicamente e criticamente as questões religiosas;

  3. Promover práticas que favoreçam o diálogo interreligioso;

  4. Identificar e denunciar a prática de discriminação ou preconceito de religião, conforme prevê a Lei Federal 9459/1997;

  5. Produzir conhecimento no campo religioso.

Depreende-se destes pontos, que o egresso deste curso só tem a contribuir com a sociedade na qual está inserido, desenvolvendo ações de docência, pesquisa e exercício da cidadania. Não é o mesmo entendimento que observamos nas atitudes da mantenedora da USJ, a FUNDESJ, que afora o regimento que confere autonomia à universidade, é na verdade quem dita seus rumos. O curso vem sendo esvaziado desde a sua criação, dentre outras razões pela negligência do município em ofertar o ensino religioso no contexto da laicidade em turno regular como preconiza a CF/1988 e a LDB/1996. Igualmente não conseguimos da instituição um compromisso com o pioneirismo do qual somos agentes: tanto por integrar uma instituição universitária municipal quanto por escolher uma área do conhecimento cuja epistemologia e delimitação encontra-se em processo de consolidação e crescimento.

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Mesmo tendo sucessivamente apresentado propostas e formas legais e regimentais para a abertura de processo seletivo simplificado, recebemos a autoritária decisão de inserir o Curso de Ciências da Religião no hall de cursos ofertados pelo processo seletivo do sistema ACAFE para o semestre 2016/1. Sendo essa a realidade, arregaçamos as mangas (entenda-se acadêmicos e professores) e nos lançamos à divulgação – fizemos vídeos e postamos nas redes sociais, entregamos panfletos e fizemos vistas às escolas estaduais, oferecemos palestras a interessados e cada um de nós no seu meio se comprometeu a trazer candidatos. Conseguimos a inscrição de 42 candidatos (o edital pedia o mínimo de 40 inscritos). Destes, 18 foram aprovados pela cota de 70% destinada a estudantes de escola pública no município de São José e outros 19 pela cota de 30% (com número menor de vagas e destinada a estudantes de entidades privadas e vindos de outros municípios).

Ocorre que a primeira chamada contaria com os 18 classificados, mas o regimento da instituição permitiria a matrícula dos outros 19 em segunda chamada, somando 37 ao todo. A reitoria, em sua portaria Portaria nº 002/2016/USJ, datada de 03/02/2016 optou não abrir nova turma, fundamentando sua decisão em argumentos ora inverídicos, ora fortemente pautados no pensamento instrumentalista que insiste em classificar a educação como mercadoria. Uma clara e formal expressão da intenção da reitoria, FUNDESJ (superintendente Ana Cristina Hoffmann) e prefeitura (prefeita Adeliana Dal Pont) em encerrar as atividades do curso em um futuro cada vez mais próximo.

Enviamos também a portaria para conhecimento. Em resposta a ela temos sucessivamente pedido retificação, ainda sem resposta.

Tanto não obtivemos resposta a essa solicitação, quanto agora recebemos com tristeza a notícia de que o Curso de Ciências da Religião não consta no Edital para o processo seletivo do sistema Acafe do semestre 2016/2. Estamos mobilizados junto com professores e coordenação e paralisamos as atividades do curso até que recebamos esclarecimentos para a ausência do curso no edital e até que seja anunciado o processo seletivo simplificado para ingresso no Curso de Ciências da Religião.

Temos uma audiência pública sobre o tema agendada na Câmara Municipal de São José para o dia 10 de maio de 2016. Até lá continuaremos na mobilização junto à comunidade de São José e da região esclarecendo a ameaça que o enceramento de um curso significa para a manutenção da instituição USJ.

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Já aqui nos desculpamos pela extensão do nosso informe, mas entendemos que a percepção do ambiente que nos angustia disso dependia. Nossa luta é pela manutenção e fomento do curso cuja importância esperamos ter sobejamente demonstrado. Esperamos da mantenedora da USJ – FUNDESJ e da reitoria da instituição o comprometimento e ações práticas de divulgação, a realização de processo seletivo para ingresso no semestre 2016/2 e a absorção dos egressos no seu quadro de educadores municipais e o claro, embora nem sempre seguido, compromisso da administração pública em oferecer à comunidade possibilidades de conhecimento e construção de uma sociedade mais justa e solidária.

Sabemos que esse é também o entendimento de todos os trabalhadores da educação e por isso agradecemos a cessão desse espaço para dividirmos a luta que é, afinal, de todos nós.

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SAIBA MAIS SOBRE O CURSO:

Como o serviço de divulgação da FUNDESJ – órgão da prefeitura municipal e mantenedora da USJ – é nulo ou insuficiente, cumpre-nos dar uma breve descrição do que estudamos. O curso de Licenciatura em Ciências da Religião tem a finalidade de formar docentes para atuarem na área do Ensino Religioso, bem como formar profissionais qualificados para atuarem na pesquisa e na produção científica, com uma abordagem crítica, no contexto de uma sociedade multicultural e interrreligiosa. Aborda os estudos das práticas religiosas dos povos ao longo da história da humanidade por um conjunto de disciplinas das Ciências Humanas, com vistas a habilitar o acadêmico para trabalhar pedagogicamente as questões do fenômeno religioso. 

Significa que nós analisamos o fenômeno religioso e suas imbricações sociais a partir de um conjunto de ciências humanas que contribuem, cada uma à sua maneira, para entender e atuar socialmente na perspectiva de um mundo mais justo e solidário, do qual, cada um se sinta igualmente pertencente. Estamos aptos a encarar a construção sociocultural de cada expressão religiosa e nossa prática pedagógica está fundamentada na laicidade e na máxima do “conhecer para respeitar”. Nosso posicionamento extremamente crítico anula quaisquer possibilidades de proselitismo tanto na academia quanto na fazer pedagógico que saímos habilitados a realizar.

O curso de Ciências da Religião é relevante, por ser um curso de formação de professores de Ensino Religioso para atuarem na rede de Educação Básica, conforme as prerrogativas legais da Constituição Federal, estabelecidas em seu o artigo 210, parágrafo primeiro: “O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”.

Do mesmo modo, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, (LDB-96) no artigo 33, prevê “O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo”. Em seu inciso 1º, prevê que os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores. Portanto, nenhuma entidade da nação, seja estadual ou municipal, pode ser omissa em relação à oferta do Ensino Religioso, já que está devidamente amparada e assegurada na legislação federal.

Considerando estas prerrogativas legais, o Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Conselho Nacional de Secretárias de Educação (CONSED) e com a União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), estão elaborando a Base Nacional Comum Curricular, conforme prevê a Meta 7 do Plano Nacional de Educação (2014), incluindo objetivos e direitos de aprendizagem do Ensino Religioso, componente curricular de oferta obrigatória no Ensino Fundamental, o que exigirá profissionais com formação específica para assegurar tais direitos aos estudantes da Educação Básica.

Cabe ainda salientar que este Curso forma professores para a Educação Básica, o que deveria ser uma prioridade das instituições públicas de ensino superior, conforme previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior e para a formação continuada (Resolução Nº 2, de 1º de julho de 2015, do Conselho Nacional de Educação).

Mais informações:

Página Luta pelo Curso de Ciências da Religião – USJ

Jornal Estudantes na Luta

Fotos:

Luta pelo Curso de Ciências da Religião – USJ

Categoria aceita nova proposta, greve acaba mas a luta continua

Sexta-feira (01/4) – 21º dia letivo de greve

A coragem da categoria na quarta-feira trouxe frutos. Após ocupar a Câmara Municipal com os vereadores dentro, uma mesa de negociação com a prefeita Adeliana saiu em menos de 30 minutos. Ontem foram duas reuniões com o sindicato. Primeiro, nenhuma proposta; depois surge um pequeno avanço de 8,5% no valor do vale-alimentação.

Essa proposta foi lida em assembleia, onde avaliamos os caminhos da mobilização. Que ninguém se engane: a categoria não sai satisfeita com a proposta, muito menos com a prefeita Adeliana Dal Pont. A assembleia foi unânime em cantar “Fora Adeliana!” e “Arrogante!” durante a avaliação. Mas, por fim, a grande maioria votou por aceitar a proposta.

Nossas conquistas foram:
1. Reposição salarial de 8,5% parcelada em três vezes: 4% em maio, 2% em outubro e 2,5% em dezembro, sem retroativo.

2. Aumento de 8,5% no vale-alimentação a partir de outubro.

3. Abono das faltas e pagamento para a greve das 30 horas, de assistentes e psicólogas.

Além disso, não podemos esquecer as conquistas da aprovação dos projetos de lei do Acordo de Greve de 2015 e a vitória na reivindicação das assistentes e psicólogas a respeito dos contratos de 30 horas.

A saída da greve está condicionada à apresentação do projeto de lei do vale-alimentação ainda hoje e votação dupla na Câmara segunda-feira, para que possa ser aprovado antes do prazo da lei eleitoral. Por isso, as trabalhadoras e trabalhadores só voltam ao trabalho na terça-feira, após acompanhar a votação na Câmara e garantir que o projeto será aprovado e sancionado.

Saímos da greve sem conquistar as condições mínimas que buscávamos, especialmente a reposição completa da inflação. No entanto, arrancamos muito para quem não ia receber nada. Mais importante ainda, arrancamos e saímos de cabeça erguida. Podemos dizer pra quem quer que seja: a luta conquista, a luta vale a pena!

Não fomos fracos, seguimos em frente mesmo quando parecia muito difícil, mesmo quando vários diziam que já era impossível conquistar mais nada. Saímos mostrando que sim, deu pra conquistar um pouquinho mais. Em vários momentos, foi a base quem bateu o pé, segurou a bronca e garantiu – de forma decisiva – que métodos mais combativos seriam utilizados.

A luta segue acompanhando a votação na Câmara na segunda-feira. A luta segue na defesa de companheiras e companheiros que relataram assédio, perseguição e chantagem nas assembleias. Mais importante ainda, a luta segue nos locais de trabalho, acompanhando os debates, discutindo com nossos colegas e preparando a categoria para os próximos embates que certamente virão. A crise não será paga pelos trabalhadores!

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Foto: Sintram SJ

Servidor é processado por comentário no facebook – não é ditadura, é São José 2016

O companheiro Lima, da Guarda Municipal, sofre processo administrativo por ter dito no Facebook que Adeliana Dal Pont está sendo “arrogante”.

Não há dúvida que essa é uma manobra absurda de assédio e perseguição, que precisa de uma resposta coletiva da categoria. Já aprovamos uma moção de repúdio hoje na assembleia.

Adeliana Dal Pont, deixa de ser arrogante! Toda solidariedade ao companheiro Lima.

‪#‎AdelianaArrogante‬

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Para a perda salarial é não, não e não. Para a defesa do serviço público é sim, sim, sempre

[ATUALIZAÇÃO 21h30: SERVIDORES OCUPAM A CÂMARA DE VEREADORES E ARRANCAM NEGOCIAÇÃO COM A PREFEITA

Quando saímos da assembleia da tarde, relatamos que a prefeita queria provocar as servidores e servidores pra perder a paciência. Não deu outra! Após sessão da Câmara de Vereadores, a categoria ocupou a Câmara e conseguiu, em menos de 30 minutos, que os vereadores marcassem uma negociação junto à prefeita para amanhã (quinta), às 14h. Só a luta muda a vida!]

Quarta-feira (30/3) – 19º dia letivo de greve

Na tarde de hoje, mais uma assembleia da categoria municipal de São José decidiu por manter a greve que já dura quase um mês. Foi a terceira rejeição da categoria à proposta de perda salarial oferecida pela Prefeitura, uma reposição abaixo da inflação do período e ainda por cima parcelada até dezembro, sem ter nem mesmo correção retroativa.

A posição majoritária do Comando de Greve – apontando a grande dificuldade de arrancar uma conquista maior – não convenceu a base, que se mostrou disposta a lutar até o fim. A prefeita Adeliana precisa oferecer uma proposta nova, capaz de convencer a categoria inteira, responsável pela decisão de continuar o movimento ou não.

A Prefeitura joga um jogo perigoso. Está testando os limites da categoria, esperando que surja desânimo. Porém, o que se acumula cada vez mais é a indignação. Será que Adeliana quer mesmo ver o dia em que as trabalhadoras e trabalhadores perderem a paciência?

O calendário da semana continua com pressão na Câmara de Vereadores hoje à noite, vigília na Câmara de Vereadores quinta-feira à tarde e ato em frente à Prefeitura na sexta pela tarde. A categoria avaliou em assembleia a proposta de piquete para fechar os postos de trabalho, mas a grande maioria entendeu que não era a melhor tática.

Estamos na luta em defesa dos serviços públicos, pela qualidade das creches, escolas e postos de saúde que toda a classe trabalhadora necessita. Não estamos para prejudicar a população, pelo contrário. Reivindicar direitos dos trabalhadores faz parte da defesa da qualidade do serviço público, que precisa de bons profissionais, com tempo adequado de descanso e preparo, além da valorização de seu estudo e especialização.

É hora da sociedade entrar em cena para exigir os seus direitos, mas principalmente para se posicionar. De um lado está a prefeita Adeliana; do outro estão as professoras, assistentes, enfermeiras e guardas. De um lado está a diminuição de salários; do outro está a educação, a saúde municipal e a própria lei – que determina a reposição anual da inflação. De que lado você está?

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Foto: Sintram SJ

Assembleia massiva denuncia manobras da Prefeitura e a greve é fortalecida

Segunda-feira (28/3) – 17º dia letivo de greve

O teatro do Multiuso ficou totalmente lotado. Foi, sem dúvida, a maior assembleia do ano, com mais de 700 servidoras. O clima era tenso, pois a Secretaria de Educação havia convocado servidores e comissionados para votar contra a greve, inclusive abonando faltas.

No entanto, logo nas primeiras falas a tensão se tornou emoção. Várias trabalhadoras e trabalhadores que ainda não haviam paralisado os serviços relataram o assédio sofrido e decidiram aderir à greve. Definitivamente, o tiro saiu pela culatra.

As falas foram unânimes em exigir a reposição completa da inflação. Também houve esclarecimento jurídico sobre o andamento dos projetos na Câmara de Vereadores – a Prefeitura alegou que ia encaminhar proposta de 8,5% e, se não fosse aprovado, teríamos que aceitar 3,5%.

Vamos continuar na luta pela reposição completa independente do prazo, pois a interpretação jurídica mais corrente é de que reposição salarial não está vetada pela lei eleitoral. Com a energia renovada e com o reforço no exército, continuamos na batalha!

Nessa terça, tem ato em frente à Prefeitura a partir das 15h e acompanharemos a sessão da Câmara à noite. Na quarta à tarde, haverá nova assembleia.

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Prefeita Adeliana desce o nível: coage servidores e mente para tentar encerrar a greve

A categoria manteve a dignidade após receber outra proposta ultrajante e não saiu da greve. A ousadia de lutar por nossos direitos básicos não foi bem vista pela prefeita Adeliana Dal Pont, que resolveu partir para a baixaria.

Na quarta (23), a categoria foi recebida apenas para o informe oficial de que não haveria nova proposta. Enquanto isso, a prefeita começou duas manobras arriscadas:

1. Gestores da Secretaria de Educação, a mando da prefeita, rodaram as unidades para coagir servidores que não aderiram à paralisação a participar da assembleia de segunda-feira e votar pelo término da greve. Inclusive, foi prometido abonar as faltas para garantir a participação.

2. A Prefeitura de São José soltou nota no site e Facebook sustentando que quarta passada era a data limite para encaminhar projeto de lei com a reposição salarial, caso contrário, a lei eleitoral só permitiria reajuste relativo a 2016, de 3,5%.

A resposta para Adeliana não será dada aqui, será dada na assembleia por todas e todos. O momento agora é de conversar com a categoria.

1. Toda servidora ou servidor é bem vindo na assembleia, independente de estar participando da greve ou não. A categoria trabalha junta para sustentar o município e, mais importante ainda, estará junta na vitória ou na derrota do movimento!

A assembleia é o instrumento de organização e democracia dos trabalhadores. Todo mundo pode colocar sua posição, sua proposta e seu voto. É o momento onde tiramos dúvidas, compartilhamos nossas angústias e anseios, onde nos reconhecemos como classe.

Nenhuma trabalhadora ou trabalhador vai servir de massa de manobra porque todos são afetados pela perda de valor real na nossa remuneração, assim como sofremos juntos com a precarização das condições de trabalho. Esperamos todas e todos lá!

2. A interpretação jurídica da Prefeitura é totalmente desonesta, com o objetivo óbvio de desmobilizar a luta.

A Lei nº 9.504/1997 impede “revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição”.

Nossa reivindicação é apenas pela recomposição do poder aquisitivo, não por ganhos reais. A forma como a lei é cotidianamente aplicada se refere à inflação acumulada desde a última data-base, que no nosso caso é maio de 2015. Se ela for aplicada apenas nos meses do ano vigente, ocasionaria sempre uma enorme defasagem contra os trabalhadores.

Todos os comentários explicando a questão na página da Prefeitura estavam sendo apagados. Não tem problema: a assembleia de segunda-feira à tarde estará lotada e o assunto será devidamente explicado. Vai ficar feio pra prefeita.

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Base da categoria não arreda o pé: só sai da greve com reposição completa da inflação

Terça-feira (22/03) – 15º dia de greve

Na segunda à noite, conquistamos uma importante vitória para um setor da categoria. A pressão na Câmara conseguiu derrubar o veto da prefeita no projeto de lei de trabalhadoras(es) da assistência social e psicólogas(os). Agora, pode haver equiparação salarial no serviço de 30 horas, colocando São José no patamar de outros municípios da região e evitando a fuga de profissionais da área.

Foram vários anos de mobilização do setor que culminaram nesse momento, em que a força de toda a categoria em greve permitiu a conquista. Abrir a assembleia da terça-feira com esse relato trouxe emoção e ânimo para a avaliação de nosso movimento.

Ao ser apresentada a nova proposta da Prefeitura em assembleia, que consiste na reposição de apenas 8,5% parcelada em 3 vezes, a rejeição da categoria foi unânime. Frente à proposta de um plano de condições para terminar a greve no próximo dia, a grande maioria da categoria votou pela continuidade da greve geral, a entrega de uma contra-proposta e uma nova assembleia na segunda-feira pela manhã.

A disposição da base em manter a greve foi uma importante e surpreendente demonstração de força, após algumas falas na assembleia relatarem o cansaço causado pelo acampamento de 5 dias. Pela tarde, o acampamento foi levantado da Prefeitura, mas um calendário de atividades foi esquematizado para seguir a pressão e arrancar uma proposta digna o mais rápido possível.

Houve vigília na tarde de hoje para entregar a contra-proposta. Amanhã (quarta), o Comando de Greve se reune pela manhã; à tarde teremos um novo ato em frente à Prefeitura e à noite pressão importante na Câmara de Vereadores para a votação dos projetos relacionados ao acordo de 2015.

É reta final da luta e precisamos dar mais um gás na mobilização antes do feriadão, aproveitando a adesão de novas unidades do funcionalismo nessa semana. Foi a base quem sinalizou pelo caminho da luta, sem ceder à proposta rebaixada da Prefeitura. Agora, precisa garantir presença e bancar a reivindicação pelos métodos que a classe trabalhadora forjou em sua história: paralisação de serviços, marchas, piquetes, vigílias, propaganda de rua e ocupações!

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Foto: Rony Costa

Sem sossego no fim de semana, Adeliana se compromete com mesa de negociação

Segunda-feira (21/03) – 14º dia de greve

Já são 4 noites mal dormidas no acampamento em frente à Prefeitura, mas repletas de muita solidariedade da categoria e população, que tem contribuído com sua presença e também oferecendo cafés, tortas, pizzas e outras comilanças.

Além dos dias de banquete, foram também 4 dias em que a população pode ver com os próprios olhos o tratamento oferecido pela prefeita às servidoras e servidores. As barracas levantam curiosidade, mas também a indignação do povo josefense que passa pela Beira-Mar e vê a situação.

O fim de semana, em que a cidade comemorava os 266 anos de idade, foi agitado. Sábado de manhã, a presença da prefeita na inauguração da praça na Colônia Santana não passou em branco. Cobrada pela população sobre a greve, Adeliana Dal Pont não fez pose pra foto, mas se comprometeu em sentar com o Comando de Greve na segunda-feira pela manhã!

Se era apenas uma tática para manter as aparências nos eventos de aniversário da cidade, não funcionou. Não teve trégua para Adeliana: à tarde tinha cobrança da população na inauguração de praça no Luar; à noite, na missa e no corte do bolo que a prefeita não participou.

No domingo pela manhã, a greve não esperou convite especial para a corrida de canoas. Já que navegar é preciso, então fizemos nossos próprios barquinhos de luta para comparecer no evento!

Hoje (segunda) já começamos o dia com uma vigília na Prefeitura, junto ao acampamento. O sucesso da negociação depende diretamente de nossa capacidade de mostrar a força e apoio que a greve tem, principalmente marcando grande presença na negociação.

Além da reposição total da inflação, precisamos discutir a longa pauta de reivindicações em defesa das condições de trabalho e qualidade dos serviços públicos! Na terça-feira, há nova assembleia da categoria para avaliação e deliberação.

A pergunta do início da semana é só uma: Adeliana está disposta em atender as justas reivindicações para encerrar a greve?

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Fotos: Sintram SJ

VÍDEOS: Adeliana, vou desafiar você!

Categoria canta música para a prefeita Adeliana Dal Pont em acampamento em frente à Prefeitura. A greve só sai daqui com nossas demandas atendidas!

ADELIANA, VOU DESAFIAR VOCÊ!

Vou desafiar você
Você diz que vai nos pagar
Mas não quer se mexer
Vai ter que melhorar
Eu tô aqui pra ver
Vou dizer não vou cansar
Nessa batalha a gente entrou pra ganhar

Então pode se preparar
Tem servidores aqui
Só quero te avisar
Não venha com enrolação
É greve na educação
É na saúde, na administração

Você diz que tem crise
É a crise, sempre a crise
Mas enquanto isso gasta
Só gasta, só gasta
Demite os comissionados
Se prepara pra cortar os gastos
Pra sobrar e pagar direitinho